Como identificar um carro roubado ou furtado?

O número de furtos e roubos de automóveis no Brasil é alto. Para se ter uma ideia, mesmo durante a pandemia de coronavírus, os roubos e furtos de carros no país aumentaram 14,5% na segunda quinzena de março de 2020, em comparação com a primeira quinzena do mês.
Por isso, antes de realizar uma compra, é essencial saber como identificar um veículo roubado. Mas, será que você consegue perceber alguns sinais importantes?
Embora todo mundo ache que nunca vai ser enganado, a verdade é que existem quadrilhas muito sofisticadas em seus golpes. Assim, nem sempre é fácil reconhecer um veículo de procedência duvidosa.
Assim, para que você não corra o risco de comprar um desses veículos, preparamos este artigo sobre como saber se um carro é roubado, com os principais pontos aos quais você precisa ficar atento, antes de fazer uma compra. Boa leitura!
Saiba como identificar um carro roubado ou furtado
Consulte a placa do carro pelo Detran
O primeiro passo para saber se um carro é roubado é fazer uma consulta com a placa do automóvel. Afinal, essa é a forma mais prática, simples e rápida para identificar se um veículo realmente veio de um roubo, furto ou se foi clonado.
Em alguns estados brasileiros, o próprio Departamento de Trânsito (Detran) oferece a possibilidade de se fazer essa consulta, como é o caso do Detran do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. Para isso, é necessário informar a placa do carro ou o Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM).
Recorra ao aplicativo do Sinesp
Outra forma rápida para saber como identificar um carro roubado é recorrendo à tecnologia, pelo aplicativo Sinesp Cidadão. Lançado pelo Sistema Nacional de Informação de Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas em 2013, é uma opção simples de consulta de dados.
Para verificar se um automóvel foi roubado ou furtado, você deve:
- baixar o aplicativo Sinesp Cidadão em seu celular — ele está disponível pela PlayStore ou App Store;
- após fazer a instalação, acesse o app e clique na aba “Veículos”;
- preencher os campos solicitados com a placa do carro, incluindo letras e números;
- clicar em “Checar situação”;
- aguardar pela mensagem que vai indicar se o automóvel tem algum boletim de ocorrência, relatando seu sumiço.
É importante dizer que esse procedimento baseia suas informações nos registros feitos oficialmente. Além disso, pode existir um intervalo de tempo entre o Boletim de Ocorrência e sua inclusão na plataforma. Logo, é possível que um veículo roubado no domingo, por exemplo, ainda não apareça como roubado ao longo da semana subsequente.
Se você consultar a situação de um carro e ele aparecer como regular, pode confiar. Entretanto, se o vendedor parecer estar com muita pressa de se livrar do automóvel, fique atento, pois pode ser que ele esteja tentando aproveitar a janela de tempo, até que aconteça a notificação no app.
Desconfie de preços muito atraentes
Antes de iniciar uma negociação, também é importante observar critérios básicos. A maioria dos carros tende a se desvalorizar entre 10% e 20%, a cada ano circulando. Isso significa que, um ano após sair da concessionária, um automóvel tem seu valor, mais ou menos, entre 20% e 30% abaixo de quando foi lançado.
Logo, se estiver à venda por um preço 50% mais barato, algo provavelmente está errado. Claro que isso nem sempre vai significar que se trata de um carro roubado. Contudo, é um indício importante de que é melhor ir com calma e avaliar cuidadosamente outros critérios.
Uma boa opção é consultar a famosa tabela Fipe. Atualizada mensalmente, a lista de preços-base para usados e seminovos é elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Embora possam existir diferenças entre a tabela e o preço praticado nas vendas do dia a dia, perceba se os valores são muito dissonantes.
Apesar de ser possível que uma pessoa esteja vendendo um modelo com urgência, por um motivo válido, o bom senso precisa sempre prevalecer. Afinal, uma coisa é o vendedor dar um desconto durante a venda, mas outra bem diferente é oferecer um carro que vale R$ 15 mil por R$ 9 mil, por exemplo.
Verifique a documentação
Consultar os documentos do carro, antes de efetivar uma negociação, é indispensável. Assim, não hesite em verificar o número da placa e do RENAVAM. Como já abordamos, por meio de aplicativos e sites na internet, é possível usar as informações para saber o histórico e qual é a atual situação do veículo, uma vez que furtos e roubos são registrados em boletins de ocorrência de cada estado.
Convém dizer, porém, que é comum que esses dados sejam fraudados por quadrilhas especializadas em vender carros roubados. Uma dica simples é verificar se o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) e o Certificado de Registro de Veículo (CRV) são originais.
Também é importante conferir pequenos traços coloridos no papel, assim como em notas de dinheiro. A textura em alto-relevo indica a originalidade. Se ainda tiver dúvidas, compare com um documento que você sabe que é verdadeiro e esfregue em uma folha em branco. Um documento autêntico vai deixar marcas esverdeadas no papel. Os novos documentos estão dotados de QRCode que pode auxiliar na identificação e procedência.
Confira o número do motor e do chassi nos vidros
Quando uma pessoa compra um carro zero-quilômetro, é comum que ela sequer olhe o motor direito, pois como se trata de um modelo novo, a maioria acredita que não há necessidade de tomar esse cuidado. No entanto, quando você vai negociar um usado ou seminovo, toda cautela é importante.
Isso significa que você precisa conferir o número do motor. Caso ele esteja raspado, são duas opções: ou o carro é roubado ou o motor é roubado. Em ambos os casos, isso quer dizer que você não deve negociar o automóvel. Mesmo que seja de um lojista conhecido ou de uma pessoa considerada de confiança, trata-se de uma adulteração.
Da mesma forma, é indispensável consultar o número do chassi nos vidros. Olhe cuidadosamente na documentação para garantir que as informações conferem. É preciso que os números sejam absolutamente os mesmos e, se houve diferença — mesmo que seja em um único digito —, o carro não tem boa procedência.
Atente-se a outras peças do veículo
Além do número do motor e do chassi dos vidros, é importante observar se outras peças e equipamentos do carro não foram fraudados. Geralmente, isso ocorre quando criminosos desejam eliminar vestígios de que um automóvel é roubado.
O primeiro passo é verificar a placa do carro. Se o lacre não estiver intacto e houver algo errado com o padrão dos furos — como a existência de dois furos pequenos em cima e um rebite embaixo, é bem provável que o modelo seja roubado.
Outros itens que devem ser conferidos durante a negociação são as rodas, o cinto de segurança, os faróis e o radiador. Como muitos criminosos se envolvem em acidentes ou batidas, após cometerem um roubo, pode ser que esses itens precisaram ser trocados. Assim, veja se não há uma discrepância muito grande entre as datas dos componentes do carro.
Faça uma vistoria cautelar
Se você não tiver como identificar um carro roubado e prosseguir com a transação, a chance de acabar no prejuízo é grande. Vistorias feitas pelo Detran geralmente são eficientes em determinar o crime. A questão é que elas acontecem após a compra. Assim, mesmo que você já tenha feito o pagamento, o veículo será devolvido ao dono original. Para evitar que isso aconteça, contar com a ajuda especializada de uma consulta veicular é essencial.
Empresas como a Olho Vivo Vistorias fazem uma vistoria completa no veículo. Por meio desse procedimento, são avaliados documentos e itens obrigatórios e, ao final da avaliação, é fornecido um laudo indicando toda a situação veicular. É importante dizer, porém, que a empresa contratada deve ser devidamente credenciada, pois isso vai garantir que o laudo apresentado seja confiável.
Conheça os modelos mais roubados do mercado
Sabia que alguns carros são mais visados por criminosos do que outros? Isso ocorre, principalmente, entre modelos muito populares, pois é mais fácil encontrar peças baratas e alternativas para eles. Alguém com um Palio roubado, por exemplo, terá muito mais facilidade para trocar as peças desse modelo e esconder os vestígios do roubo do que se tivesse uma BMW em mãos.
Portanto, conhecer quais são os automóveis mais roubados no país é muito importante. Confira os dez modelos mais visados pelos assaltantes:
- Fiat Uno;
- Fiat Palio;
- Hyundai HB20;
- Volkswagen Gol;
- Ford Fiesta;
- Ford Focus;
- Renault Sandero;
- Volkswagen Voyage;
- Toyota Corolla;
- Volkswagen Fox.
Porém, é importante saber que os modelos mais roubados variam de cidade para cidade. Ou seja, criminosos que atuam em uma grande metrópole, como São Paulo, por exemplo, visam carros diferentes de outros que atuam em uma cidade do interior.
Em resumo, não há uma fórmula mágica para saber como identificar um carro roubado. Entretanto, há critérios e padrões importantes que ajudam a determinar sua confiabilidade. Sendo cuidadoso na compra, é possível evitar problemas futuros. E lembre-se de que, se você adquirir um veículo irregular e tentar revendê-lo, pode ser acusado de estelionato e fraude, mesmo não tendo sido responsável diretamente pelo crime.
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